A Faculdade de Comércio da Universidade de Valladolid acolheu nesta quinta-feira o II Congresso Internacional TIMMIS sobre empreendimento em equipa e transferência de conhecimentos Universidade-Empresa. O encontro foi desenvolvido no quadro do projeto europeu 0422_ TIMMIS_Emprendedurismo_2_E da Cátedra de Comércio Externo da UVa, que se efetua graças aos fundos FEDER através do programa Interreg POCTEP.
A vice-conselheira das Universidades e Investigação da Junta de Castela e Leão, Pilar Garcés, e o vice-reitor de Investigação, Inovação e Transferência da UVa, Óscar Martínez, foram os encarregados de inaugurar esta jornada, juntamente com o presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Orlando Isidoro Afonso Rodrigues, e o reitor da Faculdade de Comércio da UVa, José Antonio Salvador Insúa.
Pilar Garcés começou por agradecer a sua participação no congresso à “Faculdade de Comércio da Universidade de Valladolid, navio bandeira do empreendimento”. “Quero destacar a importância da multidisciplinaridade do projeto TIMMIS, assim como a sua multiculturalidade e a metodologia de trabalho em equipa. Só trabalhando unidos e de uma forma sustentável é que conseguiremos alcançar os objetivos da agenda 2030” – acrescentou.
Pela sua parte, Óscar Martínez agradeceu ao reitor da Faculdade o seu trabalho no impulso do empreendimento e destacou que “a criação e colocação em funcionamento de novas ideias de negócio são fundamentais quando se trata de fixar população na nossa região. Universidade, estudantes e empresa têm que trabalhar sempre em coordenação, para conseguirem o desenvolvimento destes projetos que tanto beneficiam a nossa sociedade”.
Em seguida, Orlando Isidoro Afonso Rodrigues falou da importância da parceria com a qual se trabalhou neste projeto e afirmou que “a questão transfronteiriça é uma grande oportunidade para as nossas regiões, sendo estas que mais podem proporcionar o crescimento e o desenvolvimento pacífico”. “O nosso objetivo é aumentar o impacto da nossa região através da investigação e do ensino mas, além disso, devemos dar resposta às novas necessidades que as empresas apresentam, criar novas competências e inovar, ao mesmo tempo que aprendemos uns com os outros” – animou.
Por último, José Antonio Salvador Insúa, garantiu que “TIMMIS é uma marca que gostaríamos de continuar a desenvolver. Nós vamos tratar de fazer com que estes projetos que hoje se apresentam aqui consigam o financiamento de que necessitam e se transformem em realidade, e assim ajudar Castela e Leão a continuar a crescer economicamente, a ter pessoas jovens que fiquem aqui e que continuem a transformar esta sociedade em que possam ter um futuro laboral. Queremos que este projeto seja inclusivo e queremos trabalhar com todos os que desejarem empreender. O TIMMIS é um exemplo muito significativo da colaboração entre uma universidade pública e empresas privadas”.
Depois da inauguração do congresso, as cofundadoras da Cátedra de Comércio Externo da UVa, Patricia Sanz e Beatriz Fernández, apresentaram os indicadores dos dois anos de vida do projeto TIMMIS. Desta forma, Patricia Sanz, fundadora da Exportun e diretora técnica do TIMMIS destacou que “neste breve e intenso período de tempo de menos de dois anos criámos 50 alianças bidirecionais, que nos permitiram a oferta do estudo e desenvolvimento de carreiras profissionais no nosso território. Alianças que nos deram a oportunidade de criar modelos de negócios em fase de pré-incubação empresarial em 45 equipas TIMMIS, 17 dos quais destinados a provocar impacto no mundo rural”.
Pela sua parte, Beatriz Fernández, investigadora principal da UVa no projeto TIMMIS Empreendedorismo assinalou que “desde dezembro de 2017, mais de 180 estudantes da Universidade de Valladolid e do IPB de Bragança, correspondentes a 42 qualificações e 13 nacionalidades viveram a sua ‘experiência TIMMIS’, cada um deles atraído por motivações e expectativas diversas. E todos eles cresceram connosco do mesmo modo que nós crescemos com eles, e graças a eles”.
Foi precisamente para ilustrar esta experiência TIMMIS que a aluna Iris Muñoz, estudante de Engenharia e participante no projeto, efetuou a sua exposição sobre a sua vivência pessoal, explicando como é que o TIMMIS lhe ofereceu “a oportunidade de poder desfrutar de uma aproximação ao mundo empresarial”.
Segredos para o impulsionamento de um negócio
O trabalho em equipa e as formas de financiamento foram os dois temas tratados nas mesas redondas que se realizaram no congresso como os segredos para se empreender com êxito. Nelas participaram destacados profissionais no setor de Valladolid e Bragança, como a diretora de Negócios do ICO, Rosario Casero; a diretora geral do Instituto Financeiro de Castela e Leão Sodical, Carmen Sanz; ou a diretora de Projetos e Relações Internacionais da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Valladolid, Ana Atienza.
Pela sua parte, especialistas do projeto TIMMIS como o diretor da Cátedra de Empreendimento Internacional do IPB, Jorge Humberto Sampaio; o assessor de empreendedores do Parque Científico da UVa, Pedro Ignacio Ruiz de la Loma; o gerente da Federação de Basquetebol de Castela e Leão, José Alberto Martín Manjarrés, e a psicóloga especialista em Recursos Humanos Estela Llorente, partilharam as suas impressões, dos seus pontos de vista, conhecedores do projeto em primeira mão.
Para concluir a jornada, dez equipas TIMMIS da UVa e do IPB expuseram os seus projetos e ideias de negócio a todos os assistentes, acompanhados de Juanma Romero, Diretor do programa Empreende da Televisão Espanhola e condutor do ato.
Os dez projetos TIMMIS demonstraram, a partir dos seus diferentes setores, a sua visão de contribuírem para a sociedade. São equipas como a Fundação da Língua Espanhola, que apresentou o seu projeto sobre enologia e língua; a da Deputação de Valladolid, que a partir da área de serviços sociais trabalha no desafio demográfico e na inclusão social; a da Fundação Michelin, destinada a reduzir a taxa de sinistralidade e mortalidade dos condutores na estrada ou a da Associação Terras de Medina, com o seu ‘escape room’ sobre ludificação histórica.
Pela sua parte, a equipa da Câmara Municipal de Castromonte enfatizou as energias renováveis com o seu projeto de energia eólica, a equipa da Cáritas Diocesana de Valladolid apresentou um projeto para o grupo de mulheres vulneráveis e a equipa da Cooperativa Agrária Coproga explicou a importância do controlo de pragas com o seu projeto sobre o mundo agrário.
Além disso, três equipas portuguesas expuseram os seus modelos de negócios. Trata-se da CIM Trás-os-Montes, que trabalha na recuperação de uma linha férrea; Câmara de Bragança que aposta num turismo criativo e Termas de Vimioso que se centra no desenvolvimento da economia local da zona.
Para terminar o encontro, José Manuel Reyero, técnico-comercial e economista do Estado, conselheiro independente do ICO e membro de honra da Cátedra de Comércio Externo da UVa, destacou no encerramento a visão multidisciplinar do projeto europeu TIMMIS. “Aqui, como veem, é necessário correr a toda a pressa, simplesmente para continuarmos no mesmo sítio. E caso se deseje chegar a outro lado, pelo menos deve-se correr com o dobro da velocidade” – afirmou. Com esta citação de Lewis Carroll em ‘Alice no País das Maravilhas’, e fazendo alusão à incerteza do mundo empresarial, encerrou o II Congresso Internacional TIMMIS.